O que são sinais de prontidão para a introdução alimentar

Para o início da introdução alimentar é necessário observar aspectos básicos de prontidão, que nos indicam que um bebê está preparado para começar a ter oportunidade de explorar, interagir e aprender sobre o alimento e sobre se alimentar.

O ideal é o bebê ter 6 meses ou mais. Um pouco antes disso, mas é importante se atentar para alguns sinais importantes.  Qual é o motivo?

É por volta dos 6 meses que o sistema digestivo do bebê amadurece e passa a produzir enzimas para lidar com o alimento, que antes não produzia.  Com 6 meses o bebê começa a se dar conta de que é um ser separado da mãe (ou principal cuidador), e começam a se interessar por entender as atividades do grupo onde vive, de querer imitar e compartilhar.

É nesse período que o reflexo de protrusão de língua (colocar a língua para fora quando o lábio é estimulado) começa a diminuir e o movimento de mastigação começa a aparecer.

É por volta dos 6 meses que o desenvolvimento neuropsicomotor do bebê lhe permite ter centralidade entre o tronco e a cabeça, mantendo o bebê numa postura adequada para se alimentar e para ativar o gaggning reflex, que é um mecanismo natural de defesa do bebê contra engasgo.

E, por fim, porque a recomendação da Organização Mundial da Saúde, da Academia Americana de Pediatria, da Sociedade Brasileira de pediatria e do ministério da saúde é de aleitamento materno exclusivo, ou fórmula, até os 6 meses. Essa recomendação está baseada em estudos de nível mundial que apontam que os malefícios de uma introdução alimentar precoce, antes dos 6 meses, para a saúde e o desenvolvimento do bebê são maiores que possíveis benefícios! O leite, seja materno ou fórmula, ainda fornece mais de 60% dos nutrientes que o bebê precisa dos 6 meses a 1 ano aproximadamente e ainda é considerado o principal alimento do bebê, sendo a comida apenas complementar.

Alguns sinais importantes:

1- conseguir se manter sentado sem apoio ou com o mínimo de apoio quando colocado nessa posição (ter centralidade entre tronco e cabeça e mobilidade para avançar com o tronco para frente, para pegar algo, ou para trás, para se afastar de algo)

Motivo: conseguir se manter sentado sem apoio ou com o mínimo de apoio é importante porque favorece a mobilidade, permitindo ao bebê avançar para alcançar algo e se afastar de algo, permite que o bebê pegue o alimento, olhe, explore, teste, cheire, prove, favorece a autonomia e favorece a postura adequada para que o mecanismo de defesa natural do bebê contra engasgo, o gag reflex, possa acontecer quando necessário.

 

2- demonstrar interesse pela comida do adulto com o intuito de imitar o adulto comendo, de compartilhar o alimento.

Motivo: esperar o interesse do bebê pelo alimento diminui a expectativa dos pais, aumenta as chances do bebê explorar, brincar, testar e aprender sobre o alimento oferecido e é um sinal de que o bebê está pronto para começar a receber oportunidade de assim fazê-lo. Dos 4 aos 6 meses, aproximadamente, os bebês parecem demonstrar muito interesse no que estamos comendo mas, nesta fase, a intenção do bebê é explorar o mundo com a boca, pois estão na fase oral e é assim que fazem para se relacionar, não é um interesse no alimento em si! Nesta fase o bebê não sabe o que é o alimento, nem para que serve o alimento e, a partir dos 6 meses, mais ou menos, conforme ele vai explorando os alimentos e vendo como as pessoas da sua família fazem com os alimentos, ele vai entendendo e aprendendo (e ainda assim precisam de tempo e exemplo para isso).

A introdução alimentar NÃO é o momento em que o bebê vai começar a comer e sim o momento em que nós vamos começar a dar oportunidade para o bebê explorar, entender e aprender sobre o alimento e sobre o que é se alimentar.

Obs: “por volta de” significa entre os 5 e os 8 meses, às vezes até 9 meses, mais ou menos!!! Não existe exatidão de tempo quando falamos de bebês, cada bebê tem seu ritmo e seu tempo!! Por isso é importante observar!!

 

IMPORTANTE: a orientação de qualquer outro alimento para a criança só deve ser feita por médico pediatra ou nutricionista. Assim, antes de qualquer decisão procure orientação de um profissional atualizado sobre o desenvolvimento infantil. 

 

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/ALIMENTACAO_COMPLEMENTAR_MS.pdf

Sociedade Brasileira de Pediatria – Departamento de Nutrologia. Manual de Alimentação: orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. 4ª. ed. São Paulo: SBP, 2018.172 p

COMO FAZER INTRODUÇÃO ALIMENTAR?

 

O tão esperado 6° mês se aproxima é hora de pensar na introdução alimentar do bebê. A minha orientação para as mamães é buscarem orientações sobre essa fase tão importante da vida, pois a relação da criança com os alimentos e sobre se alimentar estão sendo construídas. Então, vale a pena se informar.

Vamos lá!? Como começar?

Não posso deixar de reforçar que o leite materno ou fórmula para os que não mamam no peito são os principais alimentos até 1 ano e complemento após 1 ano. Não se deve começar a introdução alimentar achando que o bebê vai comer tudo que for oferecido (pode acontecer, mas é mais difícil), eles estão em adaptação.

Tenha paciência com o processo.  Eles só tomavam leite, e agora tem que conhecer outros sabores e outras texturas diferentes do leite materno, eles estão aprendendo a comer.

Não se frustre, invista em uma comida simples.

Com o tempo o bebê aprende a comer, a gostar dos sabores e das texturas, não passe nada no liquidificador, nem peneira, não use aquelas chupetas/redinhas de alimentação, além de não ser nada higiênico o bebê ainda não tem contato com a textura da fruta, eles têm as gengivas bastante fortes.

Agora o bebê além do leite irá tomar água para que se adapte a beber esse líquido que é tão importante na nossa vida, porém o leite materno é ainda fonte principal de hidratação também.

NÃO LIQUIDIFIQUE, NEM PENEIRE, ISSO FAZ PERDER FIBRAS E PROPRIEDADES NUTRICIONAIS DO ALIMENTO. APENAS AMASSE COM GARFO OU DÊ EM PEDAÇOS QUE O BEBÊ POSSA SEGURAR (SE FOR ARROZ E FEIJÃO FAÇA BOLINHOS)

IMPORTANTE: a orientação de qualquer outro alimento para a criança só deve ser feita por médico pediatra ou nutricionista. Assim, antes de qualquer decisão procure orientação de um profissional atualizado sobre o desenvolvimento infantil. 

 

 

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/ALIMENTACAO_COMPLEMENTAR_MS.pdf

Sociedade Brasileira de Pediatria – Departamento de Nutrologia. Manual de Alimentação: orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. 4ª. ed. São Paulo: SBP, 2018.172 p