O uso do cigarro eletrônico entre adolescentes

O USO DO CIGARRO ELETRÔNICO ENTRE ADOLESCENTES

Informações e possíveis orientações

Nos últimos tempos, temos observado uma crescente curiosidade e utilização do cigarro eletrônico entre os adolescentes. Diante dessa situação, é fundamental que todos estejam bem informados sobre os riscos e as consequências dessa prática. Como coordenadora do Ensino Médio, gostaria de compartilhar algumas informações importantes para ajudar na orientação e prevenção desse hábito extremamente prejudicial.

RISCOS À SAÚDE: O cigarro eletrônico, também conhecido como e-cigarette ou vape, é um dispositivo que aquece um líquido (geralmente contendo nicotina, aromatizantes e outros produtos químicos) para produzir um vapor que é inalado. Embora seja frequentemente promovido como uma alternativa mais segura ao cigarro tradicional, estudos científicos indicam diversos riscos associados ao seu uso:

  • DEPENDÊNCIA: Muitos cigarros eletrônicos contêm altas concentrações de nicotina, uma substância altamente viciante. O uso frequente pode levar à dependência, afetando o desenvolvimento cerebral dos adolescentes, que ainda estão em fase de maturação e ao potencial de transição para o uso de cigarros convencionais.
  • PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS: O vapor inalado pode causar irritação nos pulmões e está associado ao desenvolvimento de doenças respiratórias, como bronquite e asma.
  • DANOS CARDIOVASCULARES: Substâncias presentes nos líquidos de cigarros eletrônicos podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
  • SUBSTÂNCIAS TÓXICAS: Além da nicotina, os líquidos dos cigarros eletrônicos contêm outros produtos químicos que podem ser tóxicos e prejudiciais à saúde a longo prazo.

DESCOBERTAS CIENTÍFICAS RECENTES: Pesquisas recentes têm revelado novos dados sobre os efeitos adversos do uso de cigarros eletrônicos:

  • IMPACTO NO SISTEMA IMUNOLÓGICO: Estudos indicam que o uso de cigarros eletrônicos pode comprometer a função imunológica dos pulmões, aumentando a susceptibilidade a infecções.
  • DESENVOLVIMENTO COGNITIVO: A exposição à nicotina durante a adolescência pode interferir no desenvolvimento cognitivo e no desempenho acadêmico.
  • SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS PERIGOSAS: A análise dos líquidos utilizados em cigarros eletrônicos revelou a presença de substâncias cancerígenas e outras toxinas perigosas.

ORIENTAÇÕES MÉDICAS E PSICOLÓGICAS: É crucial que os pais conversem abertamente com seus filhos sobre os riscos do cigarro eletrônico. Algumas orientações incluem:

  • EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO: Forneça informações claras e baseadas em evidências sobre os perigos do uso de cigarros eletrônicos.
  • APOIO EMOCIONAL: Esteja disponível para ouvir e apoiar seu filho. A adolescência é uma fase de experimentação e rebeldia; mostrar compreensão e oferecer orientação pode fazer a diferença.
  • PROCURAR AJUDA PROFISSIONAL: Se o seu filho já estiver utilizando cigarros eletrônicos, considere buscar apoio de profissionais de saúde mental ou de um médico para orientações sobre como lidar com a dependência de nicotina.

PONTOS LEGAIS IMPORTANTES:

  • REGULAMENTAÇÃO E QUALIDADE: No Brasil, a venda, importação e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde 2009. Esta proibição se aplica a qualquer dispositivo eletrônico para fumar e seus acessórios, independentemente de conterem ou não nicotina. No entanto, ainda não há uma legislação federal específica que proíba o uso de cigarros eletrônicos em locais públicos, embora algumas cidades e estados possam ter regulamentações próprias a esse respeito. Essa proibição visa proteger a saúde pública devido à falta de estudos conclusivos sobre a segurança desses produtos. Contudo, o comércio ilegal ainda persiste. Apesar da regulamentação em muitos países, a fiscalização pode ser insuficiente, e muitos produtos ainda escapam do controle rigoroso. A falta de padronização global significa que a qualidade e segurança dos cigarros eletrônicos podem variar consideravelmente, representando um risco para os consumidores.
  • PROIBIÇÃO DE VENDA E PROPAGANDA: A comercialização e a propaganda de cigarros eletrônicos são ilegais no Brasil.
  • USO EM LOCAIS PÚBLICOS: Não há uma proibição federal específica sobre o uso de cigarros eletrônicos em locais públicos, mas é importante verificar as regulamentações locais.
  • CONSEQUÊNCIAS LEGAIS: Vender cigarros eletrônicos pode resultar em multas e outras sanções legais. O uso por menores de idade, embora não seja crime, deve ser desencorajado fortemente pelos pais e educadores.

DENÚNCIAS: Os pais que identificarem a venda de cigarros eletrônicos em sites ou comércios podem fazer denúncias à Anvisa e aos órgãos de proteção ao consumidor, como o Procon. Essas denúncias são importantes para ajudar a fiscalização e impedir a comercialização ilegal desses produtos.

ACESSO E PREÇO: Apesar das restrições legais, cigarros eletrônicos podem ser encontrados em mercados informais e pela internet, geralmente a preços elevados. O custo de um dispositivo varia entre R$50,00 e R$300,00 dependendo do modelo e dos líquidos de reposição. Esse custo elevado, aliado aos riscos à saúde, reforça a necessidade de conscientização sobre os perigos do uso desses dispositivos. Modelos mais avançados e de marcas Premium podem ultrapassar os R$ 300,00, chegando a custar até R$ 1.000,00 ou mais. Esses dispositivos de alta tecnologia geralmente possuem recursos adicionais, como controles de temperatura, baterias de longa duração e design personalizado, o que aumenta seu valor no mercado.

FERRAMENTAS PRÁTICAS E ESTRATÉGIAS QUE PODEM SER EFICIENTES NA ROTINA DA EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO DOS FILHOS:

Diante do exposto, os desafios para os pais de filhos adolescentes são inúmeros. Para ajudar no diálogo produtivo com os filhos e no estabelecimento de vínculos de confiança, tenho algumas sugestões:

  • ESCUTA ATIVA: Dedique tempo para ouvir seus filhos sem interromper. Mostre interesse genuíno pelo que eles têm a dizer e valide seus sentimentos. Validar o sentimento, não é assinar embaixo, é respeitar a dor e opinar com clareza e calma a sua opinião. Sem julgar, brigar ou gritar.
  • DIÁLOGO ABERTO: Crie um ambiente onde seu filho se sinta seguro para compartilhar suas preocupações e dúvidas. Seja transparente e honesto nas suas respostas. Se você não estiver preparado ou sentir-se muito nervoso ou desestabilizado emocionalmente, combine a conversa para outra hora.
  • ESTABELECIMENTO DE REGRAS CLARAS: Defina limites claros sobre o uso de substâncias e dispositivos como o cigarro eletrônico. Explique as razões por trás desses limites e principalmente do NÃO.
  • CONEXÃO ANTES DA CORREÇÃO: Fortaleça o vínculo emocional com seu filho antes de abordar comportamentos indesejados. A conexão emocional gera confiança e facilita a aceitação das orientações.
  • MODELAGEM DE COMPORTAMENTO: Seja um exemplo de comportamento saudável e responsável. Os filhos tendem a seguir os exemplos que veem em casa.
  • RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM CONJUNTO: Envolva seu filho na busca por soluções para os desafios que surgirem. Isso promove o senso de responsabilidade, cooperação e pertencimento.
  • REFORÇO POSITIVO: Valorize e reconheça os esforços e comportamentos positivos de seu filho, mesmo que sejam ainda quase imperceptíveis.  O incentivo e o reconhecimento são poderosos motivadores.
  • FIRMEZA E AFETO: Combine amor e firmeza ao lidar com questões difíceis. Mostre que você se importa e, ao mesmo tempo, mantenha uma postura firme em relação às regras estabelecidas. Não dá para negociar o que é inegociável. Mas, para que seu filho não esconda de você as coisas ou apele para a mentira, mantenha-se próximo e acessível.

Nosso compromisso é promover o desenvolvimento integral dos nossos estudantes e garantir aqui na escola, um ambiente seguro e saudável para todos.

Contamos com a colaboração de toda a comunidade escolar para enfrentar mais esse desafio.

Atenciosamente,

Vivianne Brandão Amarante

Coordenadora Pedagógica – 9º ano e Ensino Médio.