Estudos ainda não conseguem mensurar os prejuízos cognitivos, sociais e emocionais que as crianças ainda terão em função do isolamento por conta da pandemia do COVID-19.
Foram em média 500 dias de aulas no modelo remoto, onde os estudantes perderam a condição de se relacionar consigo mesmo, com o ambiente e entre os pares.
Muito mais que salas de aulas, a escola é um território de interação, amor, afeto, acolhimento, troca e brincadeiras. O desenvolvimento das habilidades sociais e interpessoais acontecem ao longo da trajetória desses alunos, através das interações.
Em dias atuais, em todo o mundo, especialistas observam no contexto escolar sintomas como: cefaleia, diarreia, bexiga hiperativa, enjoo, cansaço, tristeza, ansiedade, agressividade, terror noturno, gagueira e medos.
Para o pediatra, Dr. Daniel Becker, estratégias como criar possibilidades de contato com a família e amigos, construção de uma rotina sem rigidez, redução do tempo de tela, alternando com brincadeiras ao ar livre, envolver todos da casa nas atividades domésticas, proporcionar o momento das refeições em família e busca ajuda de um profissional, se necessário, são medidas fáceis e que impactam positivamente dentro desse cenário de stress.
Nesse momento, precisamos enxergar oportunidade de transformação. Construir ambientes que remetem segurança, recuperando o prazer da interação, possibilitando um desenvolvimento de qualidade, reconectado com um mundo mais justo e sustentável.
Por fim,
Deixo uma citação de Eduardo Galeano _ “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Viviane Brandão de Toledo
Diretora Pedagógica
Bióloga, Pedagoga, Neuropsicopedagoga