Você sabia que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já tem uma Classificação Internacional de doenças (CID) que caracteriza a dependência tecnológica como um transtorno?
Para início de conversa é importante entender que dependência tecnológica é um transtorno caracterizado pela inabilidade de controle do uso da tecnologia (internet, rede sociais, jogos, smartphones, etc.).
Trouxe aqui alguns sintomas referente à dependência que chamamos de “Gaming Desorder”, ou seja, “Transtorno do Jogo”. Fiquem atentos a alguns desses sintomas em um período de 12 meses.
- Preocupação excessiva com os jogos. O jogo passa a ser a atividade dominante da vida diária.
- Sintomas de abstinência quando os jogos são retirados (irritabilidade, ansiedade, tristeza).
- Tentativas fracassadas de controlar o próprio uso.
- Perda de interesse por passatempos e divertimentos anteriores.
- Uso continuado, mesmo ciente dos problemas psicossociais.
- Engana membros da família e terapeutas em relação à quantidade de tempo com os jogos.
Fica o alerta para aqueles que tem alguma dúvida sobre uma possível dependência em relação aos jogos.
Nossos filhos são de uma geração tecnológica e não temos como negar isso. A tecnologia veio para ficar e trouxe inúmeros benefícios para a nossa sociedade. Não podemos trata-la como vilã nessa história.
Por isso, seguem algumas dicas para lidar com o uso das telas:
- Promova o diálogo constante em casa. Converse com seu filho sobre os comprometimentos em relação ao excesso do uso de tela.
- Encorage-o e confie!! Como? Dizendo: “Filho, eu confio na sua capacidade de gerir o uso do celular.”
- Você pode colocar ações limitadas para a criança/adolescente se sentir importante e pertencente. “Eu confio em você e sei que você é capaz de resolver isso.”
- Compartilhe o controle. Isso é diferente da decisão ser do filho. Vocês podem combinar algumas regras discutíveis e outras sem discussão. Os pais devem ser firmes nesse aspecto.
- Conecte-se com o seu filho! Coloque-se no lugar dele. Para nós, muitas vezes é complicado controlar o uso da tecnologia. Quem nunca assistiu uma série e quer sempre ver mais um episódio? Se é difícil pra gente, imagine para as crianças e adolescentes que ainda estão com o cérebro em formação.
- Crie momentos de detox das tecnologias para a toda a família. Façam algo juntos, longe das telas! Uma comida, uma caminhada, aula de música, etc. Esses momentos aproximam vocês e contribuem para um tempo de qualidade.
- Seja exemplo! Não adianta cobrar se você faz totalmente ao contrário. Qual padrão de referência você está criando para seu filho?
Impor as regras sem diálogo contribuirá para um afastamento, conflitos, inadequação e retaliação. Além de utilizar de diversas formas para conseguir burlar esse controle. “Eu não posso nada.”, ” Meus pais não me compreendem”, ” Sou inútil!”.
Atenção! As dicas apresentadas são validas para criança acima de 7 anos.
Não existe fórmula mágica e as coisas não se resolvem da noite para o dia. É preciso muito acompanhamento e persistência por parte do adulto! Confie no processo que a mudança acontecerá.
Fonte: Rev. bras. psicoter.2015; 17(2): 44-60
Pollyana Fernandes
Pedagoga, psicopedagoga, neuropsicopedagoga. Educadora parental em Disciplina Positiva.
Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil no IEMP
Siga o @manoelpinheiroiemp e fique por dentro das novidades!